Débora Freitas

Sabe, você tem um cheiro que me agrada, que me completa quando sozinha estou.
Daria neste momento, qualquer coisa pra poder te ver sorrindo, que fosse pela última vez. Quando pego-me distante, lembro-me do quanto era bom te observar calada. Você com esse misterioso olhar negro.
Seu beijo é doce, tão doce que jamais provei outro igual e tenha certeza meu bem, jamais provarei de outro alguém.
Sento-me em frente ao mar e espero a noite cair. Um lindo céu, riscado em tons pastéisrosados, alaranjados que seja. Observando o movimento contínuo e descompassante das ondas, vejo ao longe aquela lua nascer, a mesma que apreciamos tantas vezes, juntos, deitados sobre a areia. Ela trás-me de volta lembranças que talvez pudessem ser esquecidas.
A água fria e delicada bate em meus pés, lavando-os por completo, e ao fechar meus olhos, pesso-vos ó mar, para a minha alma lavar.
Por instantes de silêncio em meu eu, sinto gotículas do choro dos céus sobre minha cabeça, escorrendo sobre meu corpo e levando consigo as lamurias de meu pensamento. Ao abrir os olhos, percebo pois, uma delicada neblina que ofusca ao longe as luzes da cidade.
Um vento desconcertante risca meu rosto, impulsionando meus pensamentos a convergirem a ti. Este me obriga que vos faça um pedido, e ao fechar-me ao interior, meu coração clama, exclama e suplica por você.